Os peregrinos estavam reunidos em Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos. Também conhecida como a Festa da Colheita dos frutos, esta festa celebrava a bondade do Senhor. Durante oito dias o povo habitava em tendas, construídas de ramos, relembrando a saída do Egito. Nas chamadas “noites de luz”, o átrio era iluminado pelos enormes candeeiros de ouro e os peregrinos louvavam alegremente ao Senhor. Era um dos momentos mais festivos. A luz tinha um valor simbólico muito rico para o povo de Israel. Simbolizava tanto o Deus que guia os nossos passos (Êxodo 13.21), relembrando a coluna de fogo no deserto, como a Lei que nos guarda de pecar (Salmo 119.105).
Naquele exato momento Jesus apareceu entre eles, dizendo: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". Era um poderosa revelação diante de todos. O povo estava vendo Aquele que os candelabros representavam, que a coluna de fogo no deserto se referia, a Palavra de Deus encarnada. Para os rabinos, a Lei era a fonte de luz. Por isso se esforçavam tanto para estudá-la, pois entendiam que aqueles que não a buscassem intensamente, andariam em trevas rumo à maldição (Jo 7.49). Mas, agora Jesus se lhes apresenta como a Luz.
"Andar na Luz" era apresentado pelo Senhor não como uma mera questão de aprendizado cognitivo. Era uma questão de relacionamento pessoal: "quem me segue". Jesus, como pessoa, revelava naquele momento que desejava ter um relacionamento pessoal com seus seguidores. Mais do que o conhecimento da Lei, era necessário conhecer a pessoa de Jesus. Da mesma maneira, Jesus Cristo se revela a nós: "Eu sou a luz do mundo". E assim nos convida a algo que vai muito além do cumprimento dos ritos da religião; nos chama para um caminho que conduz ao discipulado relacional. Um relacionamento pessoal capaz de nos transformar por dentro, por fora e de nos capacitar potencialmente a viver como seus luzeiros nesse mundo: "Vocês são a luz do mundo... Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" (Mateus 5.14,16).
Sob esta ótica entendemos que não somente nós seremos transformados por Cristo, mas o mundo ao nosso redor será iluminado por aquele que é a Luz do mundo através de nossa vida e testemunho. Esse é o grande desafio que temos diante de um mundo que caminha sem o temor de Deus, ignorante de sua Palavra. É preciso viver o Evangelho e comunica-lo por meio da nossa proclamação e testemunho. Que a Luz de Cristo revelada por meio do Seu povo ilumine o mundo e o livre da escuridão do pecado.
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