Toda sociedade necessita de organização. Sem organização a sociedade se deteriora. Em Gênesis 9 lemos que, após o dilúvio, Noé e sua família deixaram a arca. Ali o Senhor falou que exigiria um pagamento pelo crime de homicídio, e que essa exigência seria imposta por outro ser humano. O crime de homicídio seria pago com a vida do próprio criminoso. Não existem maiores detalhes sobre a questão, mas os comentaristas sugerem que naquela oportunidade Deus estava lançando as bases do governo civil. Antes do estabelecimento do povo de Israel como descendência de Abraão (Gn 12), ou mesmo de Israel como nação (quando sai do Egito), Deus dá ordens e estabelece penas aos crimes como primeiros sinais da organização da sociedade humana pós-diluviana. Sem organização, prevalece a anarquia. E anarquia é um mal extremamente destrutivo. Se quem governa não refreia o mal, o pior vem como consequência. Foi assim em Juízes. “Naquela época, não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo” (Jz 17.6). O pecado prevaleceu, cada um criou sua própria moralidade, virando as costas à Lei de Deus. E a consequência foi um período descrito como um dos mais terríveis na história daquele povo (leia Jz 17 a 21). A igreja primitiva desde seus primórdios entendeu a necessidade de se ter uma organização. Orientada por Deus, cuidou para que sua liderança fosse estabelecida a partir de pessoas seriamente comprometidas com o Evangelho. Eram homens de conduta exemplar na sua vida pessoal e familiar, na sua vida social e na sua vida espiritual. Líderes cheios do Espírito e de sabedoria (Atos 6.3), que se dedicaram à obra e ao Reino como prioridade a ponto de entregarem suas vidas por amor a Cristo e sua igreja, como foi o caso de Tiago, Pedro, Paulo, Estevão entre tantos outros. Desde o Antigo Testamento havia uma preocupação com a qualidade da liderança do povo de Deus (Ex 18.14). No entanto, no Novo Testamento essa preocupação foi ampliada na figura do presbítero: deveria ser alguém envolvido na pregação da Palavra e do ensino, na visitação aos enfermos, na supervisão geral do rebanho e no pastoreio. Os diáconos vieram logo depois, para cumprir com papéis igualmente importantes no Corpo, cuidando das mesas, do zelo pelos menos favorecidos, deixando assim os pastores e presbíteros incumbidos das orações e do ministério da Palavra (At 6.2-4). Presbíteros e diáconos não são posições hierárquicas a serem galgadas no Corpo de Cristo. São funções e ministérios distintos que exigem dons e talentos distintos. Nas epistolas de Paulo percebemos o cuidado que o presbítero deveria ter com respeito ao bom testemunho tanto para com os de dentro quanto para com os de fora da igreja. O mesmo deveria se dar com os diáconos, sendo dignos, respeitáveis e honrados. Estamos iniciando hoje o processo de escolha de um presbítero e dois diáconos, tendo em vista que o mandato de alguns oficiais vence no próximo mês. Por isso, conclamamos os membros da IPLN a orarem ao Senhor e participarem do processo como algo de grande importância para a vida da Igreja. Que Deus siga abençoando nossa comunidade a partir de uma liderança firme e santificada para a sua glória, homens cheios do Espírito e de sabedoria. Para a glória do Senhor!
Pr. Carlinhos Veiga
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