“Tu és o Cristo" (...) era necessário que o Filho do homem sofresse (...) fosse morto e três dias depois ressuscitasse.” – Mc. 8:29 e 31
Todos estão falando sobre Jesus. Todos têm uma opinião sobre ele. Alguns falam que ele é João Batista. Outros afirmam que ele é Elias, ou alguns dos profetas. A população olha para o modo como Jesus ensina, para os milagres que realiza... sabem que estão diante de alguém especial. Jesus, no entanto, pergunta aos seus discípulos: "E vocês? (...) Quem vocês dizem que eu sou?" (Mc. 8:29). Jesus sempre quer respostas pessoais. É Pedro quem responde. "Tu és o Cristo" (Mc. 8:29).
Cristo é o termo grego para “ungido”, “messias” em hebraico, um título profético. O ungido, escolhido e capacitado por Deus, seria o herdeiro do trono de Davi que restauraria Israel, libertando-a de Roma, purificando-a das heresias e imoralidades, tornando-a a nação santa, poderosa e próspera como nos tempos de Davi e Salomão, e ainda mais. Bom, ao menos eram essas as expectativas do apóstolo Pedro e de alguns dos doze. Mas Jesus é realmente o cristo? Jesus aceita a resposta de Pedro. Eles realmente estão diante do messias! Mas Jesus “os adverte que não falassem a ninguém a seu respeito” (8:30).
Jesus não está em algum tipo de campanha publicitária política ou militar. Não quer fazer comício nenhum. Está satisfeito que os apóstolos , e somente eles, finalmente tenham identificado ele como o Cristo. E então, e só então, “ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse” (8:31).
Pedro estranha essa fala. Não consegue se conter. Chama Jesus no canto, e começa a repreendê-lo (8:32). Onde já se viu, o messias vitorioso e libertador, sofrer, ser rejeitado e morrer? Que ideia louca! Jesus, no entanto, então é duro, muito duro com o apóstolo: "Para trás de mim, Satanás! Você não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens" (8:33). E então chama a multidão e diz “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (8:34). Por que Jesus faz isso? Porque a identidade de Jesus como Cristo só deve ser reconhecida por meio da cruz e do sofrimento e vitória, por meio da morte e da ressurreição. Porque salvação e libertação, num mundo de pecado, envolve sacrifício e serviço. Porque o povo de Deus é liberto pela vergonha da cruz, e não pela glória da espada.
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