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Pr. Carlinhos Veiga

A Oração Cristã

Orar é um privilégio que temos e que pouco usufruímos. Mas é preciso dizer que nem todo tipo de oração é cristã. N.T. Wrigth nos adverte quanto a isso. Existe a oração panteísta, por exemplo. Para o panteísta, “a oração é simplesmente um meio de entrar em contato com as mais profundas realidades do seu mundo interior e do mundo em si”. Isso porque, para o panteísta, a divindade está em toda parte, nas árvores, nas pedras, inclusive nas pessoas. A oração assim, não tem como objetivo ir ao encontro do Senhor, Soberano Deus, mas descobrir e entrar em contato com a verdade que está dentro de nós, dentro do nosso coração. É um tipo de oração, mas não é cristã.


A oração pagã é ilustrada por Wrigth como aquela invocação que o ser humano tenta fazer, com o objetivo de subornar, apaziguar, adular o deus do mar, o deus da guerra, o deus do rio, o deus do casamento, buscando obter favores especiais e evitar perigos que possam nos destruir ou ferir. Também essa não é uma oração cristã.


Um terceiro tipo de oração é a deísta. O deísta crê que existe um criador, mas o imagina distante e longe, desinteressado por nós e por sua criação. É como se essa divindade tivesse criado todas as coisas, dado corda e viajado para um lugar distante. Agora vive despreocupado e desinteressado por sua criação. Segundo Wrigth, “para o deísta, orar é clamar inutilmente a uma deidade distante, que pode não escutar. A oração seria semelhante a um náufrago que rabisca um bilhete e o coloca numa garrafa e depois a lança no mar, na esperança de que um dia alguém a encontre. Essa oração exige um tanto considerável de fé, mas ela também não é cristã.


Orar no sentido cristão é falar com Deus, o Senhor da vida, Criador dos céus e da terra, por meio de Cristo. É entrar em contato real e verdadeiro com Ele, adentrar os Seus palácios e contemplálo, adorá-lo, conversar com Ele. Orar é se unir Àquele que nos ouve, nos vê e aguarda nossos clamores (O que queres que eu te faça?). É crer que o Senhor está interessado em sua criação e que fazemos parte dela. É crer e confiar a Ele nossos pecados, nossas limitações, nossas alegrias e toda a nossa vida. Orar é contemplar a Deus e viver usufruindo de seu senhorio e sua amizade.


Depois de tudo isso, volto à pergunta: por que oramos tão pouco? Como escreveu Spurgeon, “Tantas quantas são as suas orações, também têm sido as respostas de Deus a elas (...) Lembrese disto e permita que seu coração se encha de gratidão a Deus, que tem graciosamente escutado suas pobres e fracas orações”.

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