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  • Pr. André Pereira

Acolhimento: Nosso Rei, Nossa Surpresa

“Mas tu, Belém-Efrata, embora sejas pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel” – Mq 5:2


Em meio a um contexto de guerra e enorme pressão, o profeta Miquéias anuncia um oráculo de salvação. A Grande Jerusalém caiu em corrupção e está sob juízo de Deus. O líder do povo será ferido na face, humilhado. Mas há esperança, há surpresa, um anúncio de salvação: da pequenina Belém, sem significância econômica ou política, virá o novo governante do povo de Deus. O evangelista Mateus aponta que esta profecia se cumpre no Natal, quando Cristo nasce em Belém (Mt. 2:6).


Este texto nos ensina muito sobre o acolhimento de Deus. O que podemos aprender com ele? Em primeiro lugar, que o Deus Eterno acolhe os improváveis, os desqualificados aos nossos olhos: “embora sejas pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel”. Quando, séculos antes, o profeta Samuel foi ungir um dos filhos de Jessé como rei em Belém, o pequeno Davi quase foi esquecido, desprezado, deixado distante, cuidando das ovelhas. É fácil olhar para a grandeza força e poder terrenos e ficarmos admirados. Deus, no entanto, acolhe os pequenos e pequenas. Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.


É assim que o Rei Eterno (“Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos”, v.2b), o descendente prometido de Davi, vêm: na frágil Belém, o Criador se torna um pequeno bebê, acolhendo o mundo por meio da encarnação. Em segundo lugar, que o Deus Eterno traz paz e reconciliação: “o restante dos irmãos do governante voltarão para unir-se aos israelitas (...) Ele será a sua paz” (v. 3 e 5). Se o povo de Deus se sentia solitário, abandonado (v.3), será reunido. Quando os inimigos tentarem invadir Israel, serão impedidos. Mas não apenas impedidos: líderes de Israel cuidaram das nações estrangeiras, até mesmo aquelas antigas inimigas, como Assíria e Ninrode (v. 4-6).


A paz e “a grandeza dele [o novo Rei] alcançará os confins da terra” (v.4): “Das suas espadas, farão arados, e das suas lanças, foices. Nenhuma nação erguerá a espada contra outra, e não aprenderão mais a guerra” (Mq. 4:3). O Governante Divino acolhe toda a terra, em um reinado multiétnico, trazendo a paz onde antes havia guerra.


Esta semana celebraremos o Natal, o nascimento de nosso Rei. Surpresa: Cristo acolheu nossa pequenez, nossa fraqueza! Cristo veio trazer paz, quando ainda éramos seus inimigos. Ele acolhe os improváveis, desprezados. Ele acolhe até antigos ofensores, trazendo reconciliação. Que neste Natal, eu possa perceber que o improvável, que merecia desprezo, que era inimigo de Deus, sou eu. Primeiramente, sou eu, em meus pecados e ingratidão. Mas Cristo me acolhe, nascendo na pequenina Belém, vivendo, morrendo e ressuscitando por mim. Que ao lembrar disto, ele me encha com sua paz e acolhimento, para transbordar e anunciar a reconciliação que ele traz a outras pessoas! Minha oração é que nós, como comunidade do Rei, façamos isto juntos.

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