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  • Pr. André Pereira

Além da Casca: o mal que vem de dentro

“do interior do coração dos homens vêm (...), as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’” – Marcos 7:21-23


Retornamos ao Evangelho de Marcos, agora no capítulo 7. Um grupo de líderes religiosos (“fariseus e mestres da lei”, v.1) vêm até Jesus. Bom, muita gente estava vindo até Jesus (6:54-5). Jesus e seus discípulos curavam, (6:1-13), e Jesus havia acabado de alimentar uma multidão multiplicando pães e peixes (6:31-44). Além disso tudo, Jesus ensinava como quem tinha autoridade. Isso certamente gerava curiosidade nestes outros professores e líderes. O que este homem tem de diferente?


No entanto, o texto não nos diz que os pomposos visitantes pararam para ouvir Jesus. Antes que Jesus falasse, abraçasse, curasse ou fizesse um milagre, os fariseus se atentaram para outra coisa. O texto nos diz: “viram alguns dos seus discípulos comerem com as mãos "impuras", isto é, por lavar. [Porque] Os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos cerimonialmente, apegando-se, assim, à tradição dos líderes religiosos...”. E aí, são eles que indagam (v.5): Como Jesus ousa deixar os discípulos falharem em guardar as tradições? Jesus responde citando o profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (v.6, cf. Is. 29). E explica: o problema é maior e mais profundo que tradições.


O problema é de coração, o local que os judeus entendiam como centro da personalidade, pensamentos, desejos. O problema não vem de fora, é interno: “Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’”. De nada vale todos os ritos externos se o coração está apodrecido, distante de Deus, fluindo males. E essa é a condição destes religiosos, e de todos nós, sem Deus. Somos, bem na essência, corrompidos: uma fábrica de males. A rapidez em criticar os outros é só mais um dos sintomas do que está mais fundo.


A única esperança para estes religiosos, para mim e para você é que alguém nos salve do que somos, apesar de tudo de mal que produzimos em nossa mente e coração: “maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez” (v. 21-22). Não basta uma higienização externa. Álcool gel pode ajudar contra o corona, mas não é capaz de limpar o coração. A esperança está somente em Deus, o redentor: “Tu, Senhor, manténs acesa a minha lâmpada; o meu Deus transforma em luz as minhas trevas.” (Sl. 18:28).


Por isso, Jesus não está apenas sendo ácido e irônico com estes religiosos. Está apontando um mal, uma ferida, que só ele pode curar. Está diagnosticando uma confiança errônea em ritos e em mérito próprio, que não tem valor longe de Deus. Jesus está apontando o mal que vem de dentro, que só ele pode curar. E nos convidando a um uma santidade que vai “além da casca”, além da superficialidade, que começa com a salvação de Deus e, com graça, segue anunciando e transbordando não críticas, mas salvação!

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