“...moças tão dedicadas / Cada qual com o seu valor / Uma queria servi-lo / Deixando sua casa em luz / ... / Maria escolheu melhor / Prefira estar ao meu lado / Do que só ao meu redor /...” (Marta e Maria – Expresso Luz).
A história de Marta e Maria sempre me faz imaginar uma Maria que, desde o primeiro momento, se joga aos pés do “visitante”, sem se importar com qualquer outra coisa que não seja dispensar olhares fixos e ouvidos atentos ao Mestre, durante todo o tempo. Por outro lado, Marta parece ser como aquela dona de casa pega de surpresa por uma visita inesperada e, por isso mesmo, passa a correr de um lado para outro como que procurando garantir que tudo transcorresse da melhor maneira possível durante a “visita”. Essa última, preocupada com a “visita”,... a primeira, com o “visitante”.
De forma muito oportuna, a música fala que ambas são “dedicadas, cada qual com seu valor”. No entanto, Jesus chama a atenção de Marta, mostrando que Maria teve a melhor atitude. No texto bíblico Jesus diz: “...Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. ...Maria, pois, escolheu a boa parte...” (Lc 10.41,42) e a letra da música expressa de forma perfeita esse sentimento de Jesus: “Prefira estar ao meu lado do que só ao meu redor.” O poeta soube colocar de forma precisa as ações das Martas e Marias que, muito frequentemente, lutam dentro de nós mesmos.
Sabemos que devemos ter a atitude de Maria, mas, por vezes, somos tentados, pelas distrações deste mundo, a agir como Marta. O autor de Hebreus nos exorta a olhar “firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hb 12.2). Com o mesmo espírito, Paulo afirma que prossegue “para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.13,14) e “não sem meta” (1Co 9.26).
Em todas essas passagens bíblicas a ênfase é o foco no Nosso Senhor Jesus e em Seu chamado e propósito que tem para nós. Quando celebramos o Jesus manifesto em nosso meio (Epifania) devemos nos lembrar que Ele é o visitante, não bastando sua “visita”. É preciso que nos desvencilhemos de tudo quanto nos distrai de Sua presença e desvia nossa atenção de Suas palavras. Jesus, ao se manifestar a nós, espera que compreendamos que Ele é o alvo, Ele é o começo e fim de tudo e, portanto, deve ser o foco da nossa atenção constantemente. Como o poeta bem expressou, não basta que estejamos ao “redor” de Jesus, mas, sim, ao seu “lado”.
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