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Pr. Carlinhos Veiga

Aprendendo o Caminho do Amor

Uma das características que marcam a igreja de Jesus é a maneira como ela se relaciona. Lemos em João 13.34,35: "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros" (NVI). Agostinho, bispo de Hipona, já nos mostrava que somos chamados a ser uma comunidade de amor, baseados na teologia que observara sobre a Trindade Santa. Assim como o Deus Pai, Deus Filho e o Deus Espírito Santo vivem uma relação de amor, somos chamados a experimentar comunitariamente, na igreja, essa realidade divina.


A igreja em Antioquia viu o Evangelho alcançar inúmeras pessoas em razão do testemunho que davam (Atos 11.21). A relação da liderança daquela comunidade apontava para o Reino de Deus. A maneira como eles se davam já era um sinal de como a igreja era. Sua liderança era formada por dois africanos (um deles, inclusive provavelmente seria um negro – Níger), um grego e um ou dois judeus. Num mundo marcado por divisões, lutas raciais e étnicas, aquele era um testemunho poderoso.


Antioquia era uma congregação composta de pessoas de variadas origens étnicas e raciais, dirigidas por líderes de três continentes diferentes. Era algo inédito que marcou a sociedade da época. Reunir uma liderança multirracial e multiétnica funciona com um testemunho bombástico do amor conciliador de Deus. Basílio da Capadócia escreveu: “Vivendo só, um homem busca apenas sua própria salvação, o que é contrário à lei do amor... Ele não tem ninguém que corrija suas faltas... Deus nos fez como partes delicadas do corpo para depender, cada qual, da ajuda do outro... Os homens em comunidade compartilham seus dons... como pode alguém ser humilde, misericordioso ou paciente, se não houver outra pessoa perto? Os pés de quem você vai lavar? Quem você vai servir? Como você pode ser o menor entre todos, se você está só?”.


O amor cristão é algo que se vive somente num contexto de comunidade. Diante dessa realidade da Palavra de Deus, algumas perguntas ecoam dentro do meu coração. Temos sido verdadeiramente uma comunidade do amor, que revela ao mundo que somos discípulos de Cristo? Ou será que já fomos contaminados de tal maneira pelo individualismo deste século, que não nos interessamos uns pelos outros? Temos aprendido a lidar com nossas diferenças, mantendo a unidade no amor, como Jesus nos ensinou?


Que o Senhor nos ajude a trilhar o caminho do amor, o caminho da entrega, o caminho do serviço, tanto em nossa igreja, em nossa família, em nossos demais relacionamentos, como em toda nossa vida. O mundo dividido e polarizado de nossos dias precisa de modelos que sejam a encarnação daquilo da mensagem do Evangelho.

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