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  • Pr. Carlinhos Veiga

Dicas de Marcos

O Evangelho de Marcos é visto comumente como o segundo dos evangelhos. No entanto, provavelmente tenha sido o primeiro a ser escrito e que serviu de guia, roteiro para os evangelhos de Mateus e Lucas. Ele se diferencia dos demais porque registra mais as descrições das obras realizadas por Jesus do que as palavras anunciadas por Jesus.


Enquanto Mateus descreve com riqueza o sermão do monte, enquanto Lucas é repleto de parábolas, vemos que Marcos não traz tanto as palavras de Cristo, mas as ações de Cristo. Em Marcos as mensagens são curtas e as ações descritivas. Marcos também é conhecido como o Evangelho do poder. Nele são evidentes as obras de Cristo contra o reino das trevas.


Não é à toa que o primeiro milagre registrado seja a libertação de um homem aprisionado pelas amarras de Satanás. Marcos deixa explícito: Jesus Cristo veio para libertar o homem aprisionado! E os demônios não podem se segurar diante dessa realidade. Nenhum poder maligno pode resistir diante do Santo de Deus. Ele tem poder para transformar até mesmo a mais vil das vidas.


Em todos os evangelhos encontramos a grande comissão, cada qual a seu modo. Em Mateus a ênfase é o discipulado, o batismo dos novos discípulos; em Lucas que os discípulos seriam testemunhas (palavra, no texto original, derivada de mártir), e por isso deveriam aguardar a vinda do Espírito Santo. Para Marcos o que se destaca são os sinais de poder que acompanhariam os crentes no cumprimento da missão (16.15-18). Para este evangelho é bem claro que a obra de Cristo repousava sobre essas duas verdades: a pregação da Palavra e manifestação do poder.


René Padilla escreveu que a igreja de Jesus foi e deve ser conhecida como a igreja da Palavra e a igreja do Poder. O equilíbrio é necessário. Palavra sem poder é o mesmo que ensino sem autoridade, igreja apenas dos dogmas, pragmática e sem virtudes, orgulhosa de si e de sua capacidade intelectual, o que é um perigo sutil. Por outro lado, igreja do poder, mas sem a Palavra é igreja sem doutrina, presa fácil de heresias da moda e teologias desviantes, movida por "emocionalismos" e vivendo de manifestações sobrenaturais, muitas delas construídas para manter a “fé”.


Marcos destaca ainda a fidelidade e a urgência de Jesus em cumprir as obras determinadas pelo Pai. Este evangelho tem um estilo “vívido” e “nervoso”. Mostra um Jesus que não perde tempo, que não protela, que não adia, mas que está sintonizado com as necessidades dos que o cercam. O mundo de hoje é um mundo marcado pela correria. Contudo, mais do que correr, vemos Jesus atento às necessidades.


Precisamos, como Ele, focar nossa atenção no que é realmente necessário, ao invés de nos dispersarmos com tantas e tantas distrações que o mundo de hoje nos proporciona. Como anda a nossa sintonia com o mundo que nos rodeia? Temos percebido que precisamos anunciar a verdade e manifestar os sinais do Reino ao mundo que perece? Temos percebido a agonia das pessoas, as aflições do nosso tempo? Temos andado atentos às demandas que surgem? Que esses ensinamentos de Marcos nos ajudem a redirecionar a nossa vida e o ministério que recebemos de Deus por meio do Espírito Santo.

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