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Pr. Carlinhos Veiga

No Caminho com o Pastor

O Salmo 23 é um dos salmos mais conhecidos da Bíblia. Usualmente nos salmos Deus é chamado de “Rei”, “libertador”, ou mesmo “rocha” e “escudo”. Mas aqui Ele é apresentado como pastor.


O pastor é tudo para o seu rebanho: guia, médico e protetor. Ele vive com o seu rebanho, e cuida dele. Por isso suas ovelhas podem dizer que “nada nos faltará” ou “de nada teremos falta”. No caminho, o pastor conduz seu rebanho a lugares de descanso (2). Ele não é um pastor mercenário. Não cria as suas ovelhas para explorá-las ou para o abate. Ele cuida muito bem delas. Conhece cada uma delas e as chama pelo nome (João 10). As toma no colo, se necessário. Conhece o temperamento de cada uma, suas necessidades mais imediatas.


Encontramos as suas ovelhas pastando e descansando junto a campinas verdes e às margens de um ribeiro de águas tranquilas. Ele as alimenta e cuida. O pastor zela do seu rebanho porque zela também pelo seu nome (3). O rebanho leva a “marca”, o nome do Senhor. Por isso é que os caminhos pelos quais guia o rebanho são caminhos certos, veredas de justiça. Ovelha desgarrada desonra o nome do Pastor. Israel havia envergonhado o nome do seu Senhor (Ez 36.22-32). Mas, para sustentar o seu bom nome, Ele transformou os seus corações, fê-los novos homens para trilharem os seus caminhos. Por isso, Ele refrigera a nossa alma, ou nos restaura o vigor.


Tem a ver com reconduzir a ovelha que se desviou e também em revivificar a cansada e abatida. O pastor acompanha o rebanho. Aquele que vai à frente para guiar, por vezes se põe ao lado para escoltar. Isso porque será inevitável que na caminhada passemos por lugares difíceis de trilhar, como o vale da sombra da morte. Mas o Senhor que está conosco desarticula o temor e nos preserva.


No verso 5, o cenário é outro. Já não é mais a estrada, mas o destino final, um local. Lá há uma mesa posta; pode-se ver o óleo festivo sobre essa mesa e os cálices cheios de vinho. É uma festa. Há uma celebração de vitória e os inimigos estão presentes como prisioneiros. Chegamos na casa do Senhor, o nosso pastor que nos conduziu pelo caminho, nos manteve inteiros, apesar das dificuldades do percurso. E agora, Ele toma o vinho e nos serve; nos serve também do pão. Depois toma o óleo e nos unge a cabeça. O óleo derramado sobre a cabeça é sinal de honra dada a um hóspede no banquete. Ele nos conduziu e nos livrou, mas agora nos honra, como se tivéssemos feito algo. Certamente a bondade e a misericórdia fluíram dEle e continuarão a fluir para todo o sempre. Ser hóspede de Deus é mais que ser mero conhecido, convidado do dia. É ser sua ovelha, chamada a morar com Ele por toda a Eternidade.

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