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  • Pr. Carlinhos Veiga

Não deixem de se reunir, especialmente na pandemia

Algum tempo atrás, conversando com um pastor amigo, ele demonstrou preocupação com a baixa “fidelização” dos membros de sua igreja na frequência nos cultos. E ainda não era o tempo da pandemia. Esse não é um caso isolado. Infelizmente é um mal que acomete muitas igrejas atualmente. E essa questão se agravou ainda mais na pandemia.


Estamos há mais de um ano sem poder nos reunir presencialmente, prestando culto ao Senhor juntos. Vivemos um tempo de esfriamento espiritual, especialmente daqueles que não priorizam sua comunhão pessoal com o Senhor e com a Igreja. Eu antes imaginava que as perseguições do final dos tempos esvaziariam nas fileiras do Evangelho. Mas hoje percebo que o que mais enfraquece os crentes é a falta de disciplina quando as oportunidades são muitas e as facilidades enormes. Quanto menos disciplinados formos, mais frágeis nos tornamos e susceptíveis aos ataques de Satanás. Não há discípulo sem disciplina.


Meditando sobre estas coisas, me lembrei de Hebreus 10.25: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia”. Esse texto traz algumas importantes advertências para nós. (a) Em todos os tempos houve um grupo na igreja que, “segundo seu costume”, não frequentava muito aos cultos. Calvino, no comentário de Hebreus, diz que à medida que os gentios foram se convertendo e passando a frequentar a igreja, os judeus deixavam de ir aos cultos. Isso porque eram muito orgulhosos e não queriam se misturar com aqueles estranhos.


A cada momento da história novas justificativas foram dadas para a ausência nas celebrações. Hoje em dia, em plena pandemia, o fato de nem todos poderem participar dos cultos presenciais abre uma justificativa e tanto, muito embora os cultos cheguem aos lares, de maneira cômoda e fácil. Basta acessar a internet. Mas, ainda assim, o número de gente que “segundo o seu costume não frequenta muito os cultos” é grande. Para participarmos do culto em casa, a vigilância precisa ser dobrada: precisamos nos preparar para isto. É como se estivéssemos entrando no salão de cultos. Deve haver uma postura, uma intenção, um desejo de ouvir a Palavra, de se encontrar com Deus e com os irmãos. É preciso estar em espírito de adoração. Participar do culto de pijama, fazendo outras tarefas em paralelo, lanchando enquanto “assiste” a transmissão, ou simplesmente aplaude as “performances” musicais e as descontrações sem envolvimento com o todo, pode revelar que não estamos cultuando ao Senhor.


Especialmente se temos crianças em casa, essa preocupação deve ser ainda maior, pois os filhos aprendem com os pais. Por isso, cuide desse momento. Prepare-se para ele com expectativa, como acontecia em antes da pandemia. Imprima as tarefas do “Histórias do Rei” para seus filhos participarem também. Venha para o culto, mesmo estando em sua casa. Não deixe que a distração transforme a sua adoração em entretenimento. Esteja no culto, participe dele. Deus quer te abençoar. (b) A presença no culto público serve para o encorajamento mútuo. Sem dúvida alguma precisamos nos unir com a comunidade para que juntemos as nossas lutas à dos irmãos. Juntos, somos mais fortes para buscar ao Senhor e lutarmos contra as hostes inimigas.


O fato de não estarmos presencialmente não significa que você não possa interagir. Use o espaço dos comentários no youtube para falar com os irmãos no momento adequado. Comente aquele ponto da mensagem que Deus está falando com você. Dê um “Glória a Deus”, um “Aleluia” ou “Amém”. Interaja, mostre a cara, diga “estou aqui pronto para o relacionamento com vocês”. São formas de manifestar nossa presença. Os números de visualizações são frios demais e não são suficientes para demonstrar que você está presente. O mesmo serve para as reuniões via Zoom.


Prepare-se para os cultos da semana. Vista uma roupa legal, penteie seu cabelo. Abra sua câmera, saúde os irmãos, deixe que todos vejam você. Essa interação visual é importante e necessária. (c) Participar do culto público nos mantém firmes na esperança e na fé, e precisamos disso “ainda mais quando vemos que se aproxima o Dia”. Manter-se firme na fé e em crescimento constante não é algo que acontece por acaso, naturalmente. É preciso ter ações intencionais nesse sentido. E o autor de Hebreus diz que nos últimos dias precisaremos de uma intenção mais dedicada, para combatermos o desvio causado pela indiferença. Negligenciar as reuniões do Corpo de Cristo é o primeiro passo visível em direção da apostasia. Portanto, cuide-se!

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