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  • Walter Gennari

Você é o que Você Come...

...ou você come o que você é?


Essa declaração que estampa o título deste texto, muito usada por médicos, nutricionistas, nutrólogos e toda sorte de pessoas que se preocupam com alimentação saudável, sempre me intrigou e me fez pensar. Afinal de contas, nosso alimento e/ou a forma pela qual o ingerimos (frequência, estado de espírito, etc.) pode, de fato definir que somos? Afinal de contas, o que pode definir aquilo que somos?


Se, num primeiro momento, essa declaração pode parecer pretenciosa e até mesmo reducionista, podemos nos surpreender com as inúmeras vezes que o próprio Senhor Jesus lança mão de figuras relacionadas à comida e à bebida para expressar as diversas nuances de Sua pregação e de Seu Reino. Em diversas situações Ele parece levar muito a sério essa afirmação e seu sentido. “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.48), “Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.” (Jo 6.33), “aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede...” (Jo 4.14) são alguns exemplos, não só da frequência com Jesus se referia a essas figuras, mas, principalmente, pela ênfase da centralidade da Sua pessoa como o alimento correto.


Esse é o justamente o aspecto mais importante da pregação de Jesus. O alimento deixa de ser importante (“Não é a vida é mais do que o alimento...” – Mt 6.25) quando não é o alimento correto. No mundo de hoje a oferta de “alimento”, comida ou bebida, é bastante farta e variada. Palestras motivacionais e corporativas, teorias filosóficas e políticas, comportamentos religiosos ou céticos, etc. “Alimentos” dos mais variados tipos a fim de atender àquilo que disse certo autor desconhecido: “Comemos pelo prazer de sentar à mesa e compartilhar bons momentos, mas principalmente, comemos para comemorar, para afagar a ansiedade ou para consolar a tristeza. Ou seja, sempre temos um motivo não orgânico capaz de justificar nossas consideradas ‘necessidades’ de compensação através da comida.”


Nos alimentamos de Jesus, como pão ou água da vida, não por uma razão orgânica, mas, por razões não orgânicas, espirituais, de fato. A questão é que, mesmo tendo fome e sede de Jesus, só podemos ser realmente alimentados por Ele quando reconhecemos nossa verdadeira necessidade e nossa incapacidade de auto-satisfação. “...se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos (Jo 6.53). Quando entendemos essa verdade e nos alimentamos corretamente do Senhor Jesus então podemos ser o comemos. Do contrário, estaremos comendo apenas o que não nos alimenta, e continuamos vazios de Jesus. Só buscamos e nos alimentamos do que nós somos.

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